melomanias, etc.

quarta-feira, abril 29, 2009

Se do caos nasce a absolvição*

preciso de me perder ainda mais. Para começar, regressam os Muse.



"Muscle Museum

She had something to confess to
But you don't have the time so
Look the other way
You will wait until it's over
To reveal what you'd never shown her
Too little much too late
Too long trying to resist it
You've just gone and missed it
It's escaped your world

Can't you see that I am needing
Begging for so much more
Than you could ever give
And I don't want you to adore me
Don't want you to ignore me
When it pleases you
And I'll do it on my own

I have played in every toilet
But you still want to spoil it
To prove I've made a big mistake
Too long trying to resist it
You've just gone and missed it
It's escaped your world

Can't you see that I am needing
Begging for so much more
Than you could ever give
And I don't want you to adore me
Don't want you to ignore me
When it pleases you
And I'll do it on my own
I'll do it on my own"

by Muse


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segunda-feira, abril 27, 2009

The problem about some things

Is that I try anything and everything and nothing works.

quarta-feira, abril 22, 2009

Re Define Your Self

Cynicism is just another word for lack of courage. He who is brave defies human nature - does not limit himself to mocking it from a safer distance.

quinta-feira, abril 02, 2009

Não concordo

"Ainda que não tivessemos perante nós a realidade das experiências Nazi e Comunista, temos essas obras de ficção por Orwell, Huxley e Koestler, que nos avisam daquilo em que o mundo pode inevitavelmente tornar-se quando a humanidade se rende à ciência. Ver os seres humanos como objectos não é vê-los como eles são, apagando a aparência através da qual se relacionam uns com os outros como pessoas. É criar uma nova espécie de criatura, um ser humano despersonalizado, em que sujeito e objecto se distanciam, o primeiro em direcção a um mundo de sonhos desamparados, o segundo para a destruição. Num sentido muito concreto, não pode, portanto, existir uma ciência que explore o que somos uns para os outros, quando respondemos uns aos outros como pessoas."

in Guia de Filosofia para Pessoas Inteligentes by Roger Scruton

Neste livro Roger Scruton posiciona filosofia e ciência em posições antagónicas: a filosofia como a consolação humana para o bisturi implacável de uma ciência insensível. É precisamente este tipo de apologia ao divórcio entre as diferentes disciplinas do conhecimento que até poderia ser compreensível aquando da sua génese, por questões de afirmação e clarificação epistemológica, mas que por esta altura já deveria ter sido ultrapassada. António Damásio (por exemplo) já o fez. No seu livro Ao Encontro de Espinosa tece uma ligação entre filosofia e ciência onde cabem tanto a ressonância magnética funcional, que analisa a activação dos componentes cerebrais a diferentes estímulos, como os porquê - tipicamente filosóficos - de as coisas serem como são. A consciência vista pelo eu e pelo outro.

A ética - tema filosófico por excelência - não deve, nem pode, ser dissociada da ciência. E se há, na ciência, uma tendência para objectificar o ser humano, ela surge precisamente pela mão de quem julga ser imperativo dissociar.

Não sendo filósofa nem cientista e apenas interessada na matéria do conhecimento, pouco me importam os argumentos com que os diferentes protagonistas destes campos esgrimem entre si qual tem mais autoridade enquanto método de conhecer. Interessa-me sim verificar se podemos obter mais do que a soma das partes quando combinarmos os resultados brilhantes de cada uma das tentativas de alcançar a verdade.

Concordo

"Não há verdades, disse Nietzche, só interpretações. A lógica vocifera contra esta observação. Porque é verdadeira? Bem, só se não existirem verdades. Por outras palavras, só se não for verdade. Nietzche é muito venerado pela sua epistemologia «iconoclasta», e citado como uma autoridade por modernistas, estruturalistas, pós-modernistas, pós-estruturalistas, pós-pós-modernistas... de facto, por quase toda a gente sem paciência para a ideia de autoridade. É certo que Nietzche era um génio, um grande escritor, e um dos poucos que espreitaram para dentro do abismo e registaram, no breve momento de sanidade que então resta, aquilo com que ele se parecia. Devíamos estar-lhe gratos, pois os verdadeiros avisos são raros. Mas também devemos estar avisados. Não desçam este caminho, dizem os seus escritos, pois aqui jaz a loucura."

in Guia de Filosofia para Pessoas Inteligentes by Roger Scruton