Cinema de Aluguer
Ontem a meio caminho entre os jardins da Gulbenkian e mais um clássico do Nimas foi possível perceber finalmente qual a razão da transferência dos ciclos a 3 Euros para a que era a casa do cinema francês da Medeia Filmes. Sobre o vidro da porta, agora fechada, do cinema Ávila figura um anúncio de aluguer do espaço.
Depois da conversão da vertente mais alternativa da Lusomundo - Cinema Mundial - em espaço de teatro popularucho após algumas obras de remodelação, o Ávila é mais um lugar de descoberta cinematográfica a ficar ao alcance de uma política com vista à rentabilização, com o que isso costuma ter de prejudicial para a componente cultural.
Curiosamente, enquanto os espaços de descoberta diária escasseiam e vão ficando cada vez mais dependentes de estruturas institucionais como a Videoteca de Lisboa, o Museu República e Resistência ou a Cinemateca, os festivais continuam a crescer e a proliferar por todo o país. Parece que há é poucos cinéfilos a tempo inteiro.
Em compensação existem cada vez mais multiplex a passar precisamente os mesmos filmes, mais ou menos às mesmas horas, jogando sensivelmente com os mesmos conceitos, o mesmo género de relação, reflectindo semelhantes tipos de posição social. Tudo polvilhado com glamour q.b., estereótipos sexuais e uma dose generosa de special fx. Porque para a maioria o cinema continua a ser uma extensão da televisão na arte da alienação.
Será que vão ser sempre as margens a conter a flora mais interessante - e agora cada vez mais estreitas?
Depois da conversão da vertente mais alternativa da Lusomundo - Cinema Mundial - em espaço de teatro popularucho após algumas obras de remodelação, o Ávila é mais um lugar de descoberta cinematográfica a ficar ao alcance de uma política com vista à rentabilização, com o que isso costuma ter de prejudicial para a componente cultural.
Curiosamente, enquanto os espaços de descoberta diária escasseiam e vão ficando cada vez mais dependentes de estruturas institucionais como a Videoteca de Lisboa, o Museu República e Resistência ou a Cinemateca, os festivais continuam a crescer e a proliferar por todo o país. Parece que há é poucos cinéfilos a tempo inteiro.
Em compensação existem cada vez mais multiplex a passar precisamente os mesmos filmes, mais ou menos às mesmas horas, jogando sensivelmente com os mesmos conceitos, o mesmo género de relação, reflectindo semelhantes tipos de posição social. Tudo polvilhado com glamour q.b., estereótipos sexuais e uma dose generosa de special fx. Porque para a maioria o cinema continua a ser uma extensão da televisão na arte da alienação.
Será que vão ser sempre as margens a conter a flora mais interessante - e agora cada vez mais estreitas?
1 Comments:
[OT]Consegui uma cópia da FF, sim. Em PDF. ;)
Quanto ao que disseste nesta posta, só te tenho a dizer isto: conheces a Lei da Natureza e a Lei da Compensação? Se sim, resumem tudo o que tenho a dizer.
By Anónimo, @ 1:16 da manhã
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