melomanias, etc.

sexta-feira, março 30, 2007

Self implicit irony

DVD Rip or DVD R.I.P.?

quinta-feira, março 29, 2007

So PoP! #2

"The melody, that's like sex... But when you get to know the person, that's the lyrics. It's the story of who they are underneath."

in Music & Lyrics


PS: isso diz qualquer coisa sobre a dance music e a sua escassez de palavras...

quarta-feira, março 28, 2007

Quoting myself #17

The movies where lovers end up parted are the ones that make us believe in love the most.

or another way to say that

O amor mais duradouro é o amor não consumado.

terça-feira, março 27, 2007

Information overflow

Keep It Simple and Stupid.

segunda-feira, março 26, 2007

So PoP!

And yet so cool. It's not meant to be a cult movie, but I wouldn't classify it as a straight TV sunday afternoon silly thing either. Plays around with the clichés and yet manages to escape from becoming one. It's not great drama, but it's fun & irony in a glittery package. Ah, yes... it's called Music & Lyrics and opens with the following music video... (and yes, I was shocked - is that Hugh Grant??).



PS: I know I'm gonna lose some more indie followers with this post...

domingo, março 25, 2007

Quoting myself #16

This world is so filled with paradox that the only way to live through it is to develop multiple personality.

sexta-feira, março 23, 2007

Salvos pela cortiça

Título de capa no Destak de ontem: "Carros podem ser três vezes mais seguros com cortiça". Pensamento imediato: "hmm, qual é o país cuja indústria pode beneficiar com isto?".

Pois é, as chamadas de atenção constantes para o estado deprimente da nossa economia e da nossa iniciativa empresarial condicionaram a minha absorção de informação. Não foi a redução do número de mortos nas estradas que assumiu importância prioritária na minha cabeça; foi o negócio que Portugal deve e tem de aproveitar. O meu eu empreendedor antecipou-se ao meu eu humanitário. O que se calhar não está alheio ao "valor da vida" mais elevado, quanto mais elevadas são as condições de vida num país. E o nosso está lá no fundo das estatísticas europeias.

Seja como for, a leitura da notícia deixou-me satisfeita ao perceber que a engrenagem está a funcionar: a equipa de investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra responsável pelo estudo manifestou a intenção de entrar em contacto com os industriais da cortiça. Um ponto para nós.

quinta-feira, março 22, 2007

Copy > Paste #33

"Na segunda metade do século XVII verifica-se uma mudança na forma do código: da idealização para a paradoxização. Tal forma modifica-se novamente na transição para o amor romântico, por volta de 1800, dando lugar a uma forma de reflexão da autonomia ou da auto-referência. A unidade do código é, consequentemente, sobretudo um ideal, depois um paradoxo e finalmente uma função, nomeadamente a função de conceder autonomia à reflexão. Uma vez imposta a transformação, a função do código passará a ser a de possibilitar uma orientação para os problemas no âmbito do quotidiano.

De acordo com isto variam os pontos de vista através dos quais se pode fundamentar o amor. Enquanto se tratou de um ideal, era necessário o conhecimento das qualidades do objecto. No âmbito da qualificação paradoxal, o amor justifica-se através da imaginação. Quando a autonomia das relações íntimas é finalmente conseguida e transformada em reflexão, o (inexplicável) facto de se amar é quanto basta à justificação. O amor justifica-se a si próprio enquanto contexto justificativo auto-referencial."

in O Amor como Paixão - Para a codificação da intimidade, by Niklas Luhmann

quarta-feira, março 21, 2007

My dearest..

Os Zita Swoon têm novo álbum à espreita. No site oficial da banda o sucessor de A Song About a Girls é ainda uma incógnita, mas um site de fãs avança que a data de lançamento é a 30 deste mês - entre uma séria de outras coisas que não consigo descodificar por ser incompetente na língua utilizada. Novamente a língua francesa a surgir num conjunto de canções maioritariamente em inglês - talvez motivada pela consciência de um mercado maioritariamente francófono, não obstante os resistentes neste extremo da Europa.

Outras informações relevantes que podem ser avançadas antes de ouvir o álbum:

Title: Big City

Track list:

1. Pretty Girl 2. I Feel Alive In The City 3. Everything Is Not The same 4. Series Of Dreams 5. Je Range 6. Humble 7. L’Opaque Paradis 8. Dare To Love 9. Big City 10. Infinite Down 11. The Night 12. Oser Aimer

terça-feira, março 20, 2007

Novos pinguins

B.I.
Bilhete de Identidade?
Não.

Biblioteca Independente. É o título da nova colecção de livros de bolso a ser lançanda no dia 4 de Maio, segundo notícia de ontem no Público. Trata-se de uma iniciativa conjunta das editoras Assírio & Alvim, Cotovia e Relógio d'Água, que vai contemplar obras de autores portugueses como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro ou Miguel Esteves Cardoso, mas também escritores internacionais na linha de Gustave Flaubert, Fyodor Dostoyevsky ou Virgina Woolf.
O preço das obras deverá rondar valores entre os quatro e os quinze Euros, naquele que parece um complemento apetecível aos Penguins que ocupam das estantes lá de casa.

segunda-feira, março 19, 2007

A importância da colher

Chegou o tão esperado fim-de-semana. Enfiam-se as crianças no carro, aperaltadas para a ocasião e enceta-se o percurso, não poucas vezes longo demais para as exigências de um simples estômago. Por fim o local escolhido: restaurante consagrado no boca em boca dos recantos de iguarias portuguesas, muito secreto, mas com uma fila que a esta hora já chega à estrada. O casal de amigos aguardava pacientemente a nossa chegada. Não têm filhos, pois é (ou já são demasiado crescidos para estas excursões em família e sabem de cor o cardápio das desculpas para escapar) que é como dizer que não têm pretexto para se atrasarem - como se a pontualidade fosse característica intrínseca dos portugueses.

Beijoqueira intensa, perguntas da ocasião, cuja resposta está previsto não ultrapassar os 150 caracteres - e entramos no restaurante. "Os miúdos, que crescidos estão desde a última vez em que os vi!", exclama a amiga. "Pois é", responde a mãe enquanto empurra os petizes para um canto da mesa - que agora é o momento para as conversas dos adultos.

Invariavelmente - a não ser que as crianças já sejam crescidinhas ou estejam muito entretidas - começa o disparate no recanto da mesa dedicado à imberbice. Os pais, chocados, asseguram os amigos de que aquele espectáculo não se costuma proporcionar em casa. Talvez não, e não foi de repente que os petizes desaprenderam toda a complexa acumulação de regras de comportamento em sociedade. Mas não podemos ignorar que os bebés nascem com a consciência de que o mundo gira em torno deles (ou pelo menos o mundo dos adultos com quem contactam) e à medida que crescem vão fazer os possíveis para que isso não deixe de funcionar assim.

"A mãe agora está entretida a falar com a amiga, mas no momento em que eu enfiar esta colher no nariz, de certeza, certezinha, que ela vai olhar para mim."

E, pasme-se... olha mesmo. O puto tinha razão, mas mais do que essa razão, porque agora a mãe prepara-se para dar-lhe algo além de atenção. Abandonemos, no entanto, esta narrativa, que não passou de um pretexto - rebuscado, eu sei - para atingirmos outra questão. O momento em que a criança começa a comer sozinha e já pode ser deixada à "sua sorte" funciona, em termos simbólicos, como a fase em ela se começa a aperceber de que os adultos não vivem exclusivamente para satisfazer as suas necessidades e se vê forçada a redimensionar a sua concepção de mundo.

Durante uma fase avançada da infância e através de uma adolescência interminável torturamo-nos com esta questão - esta espécie de abandono, que ainda se torna pior porque não nos abandonaram realmente, apenas nos sentimos assim. Cultivam-se as amizades, procura-se o protagonismo - em público ou em privado, dependendo da personalidade. Mas apenas num momento voltamos a sentir algo equiparável ao conforto do abraço absoluto materno (e paterno): quando ao projecto de amor que construíram sobre nós os nossos pais justapomos um projecto de amor a dois, com esse alguém que escolhemos para suprir uma falta inconciliável.

Nesse momento parecem os pais portar-se mal à mesa para nos chamar a atenção, mas é tarde para acenar com a colher: naquela pessoa cumprimos o sonho da individualidade humana: partilhá-la com outra pessoa cuja individualidade queremos explorar. E não é como nos filmes, e mesmo assim ainda o é. Não é, porque acumulámos demasiadas expectativas para que possam ser cumpridas em rigor. E é, porque o nosso código de comunicação amorosa, antes de se treinar e crescer com o outro, parte do que absorvemos avidamente nos romances de filmes, e de livros, e de canções. E daí (re)nasce a intimidade partilhada.

sábado, março 17, 2007

Copy > Paste #32

"Vulgar habit that is people have nowadays of asking one, after one has given them an idea, whether one is serious or not. Nothing is serious except passion. The intellect is not a serious thing, and has never been. It is an instrument on which one plays, that's all."

in A Woman of no Importance by Oscar Wilde

sexta-feira, março 16, 2007

Virtual dialogue

- What do I complain about?
- He's always criticizing me.
- Well, I'm always criticizing myself.
- But that's different: I don't take myself seriously.

quinta-feira, março 15, 2007

Solving a non-mystery

Recapitulemos os factos:

Facto a) - marca-se jogo de futebol comemorativo dos 50 anos do Tratado de Roma.
Facto b) - são convocadas a defrontar-se em Old Trafford a Selecção da Europa e a equipa do Manchester United.

E os pormenores:

Pormenor a) - o Tratado de Roma determinou a criação da Comunidade Económica Europeia e foi assinado pela França, Alemanha Ocidental, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
Pormenor b) - a Grã Bretanha, que alberga o Manchester United, só aderiu à Comunidade Europeia em 1973, depois de perceber que a EFTA não iria dar dividendos tão apetecíveis como a futura UE. Manteve, no entanto, o estatuto de eurocéptica.

Acrescente-se, meu caro Watson, que:

Facto c) - o Manchester United venceu a partida por 4 a 3.

Percebe a ironia, caro Watson? É elementar, é elementar...

terça-feira, março 13, 2007

Emergency Exit reaches iPod



Your need to escape is now to be fulfilled, any time, any place. You just have to upload the software to your iPod and run (away with) it.

Happy
evasions.

segunda-feira, março 12, 2007

Como se sente uma molécula de O2 na atmosfera?

"Portugueses criam 400 blogues por dia" (manchete do Metro de hoje)

domingo, março 11, 2007

Patch up your life

"Your concentration span's too long
It's longer than this song, that's not allowed
Dumb it down" (The Divine Comedy)

Os pensadores da contemporaneidade falam da velocidade crescente que pauta o ritmo da sociedade actual. A Internet baseia-se num jogo de links, fugas constantes do "local" onde estamos para o próximo (agora) mais interessante. É a "cultura do videoclip", classificam os analistas. You Tube, outras fontes de streaming na Net, iPod e congéneres vêm reunir-se ao gravador (VHS, DVD, HD) numa multiplicação, não dos pães, mas das possibilidades de registar, cortar, colar, e, sobretudo, de ver apenas enquanto apetece o que apetece, onde apetece. O que significa ultrapassar a condição do zapping na TV para um estádio mais avançado de patchwork multimédia.

Não me lembro da última noite em que passei cinco horas seguidas a absorver literatura; talvez por isso tenha cada vez mais a aprender. Os filmes, excepto no cinema, têm sido quase todos vistos "divididos em episódios" à medida da minha cinefilia limitada; hei-de começar a pedir um comando remoto, também à entrada das salas - imagine-se agora dezenas de pessoas a controlar o ritmo do filme do ecrã... as salas do Londres já não seriam as únicas a ter intervalo em Lisboa. Os álbuns são ouvidos por partes - singles pessoais. Sei que partilho este encurtamento do período de fruição criativa com muitos outros obcecados pelo switcher. Será que Il Gatopardo, de Visconti, não é, afinal, um filme desinteressante em 2007, mas apenas uma película sujeita a um consumo fragmentário que não se compadece dos seus (longuíssimos) 185 minutos (na versão original, já que há várias; e porque será?).

(divagação) As estrelas ainda granjeadas actualmente ao Gatopardo levam-me a imaginar os críticos de cinema vestidos de jaqueta, com a corrente do relógio a cair do bolso, cofiando languidamente o bigode e ameaçando com a bengala os transeuntes que se oferecem a barrar-lhes o caminho. Sim, porque os críticos que estrelam alegremente o Gatopardo não podem ser deste tempo. (fim de divagação)

E pronto, neste momento já perdi dois e meio dos meus três leitores (entre eles a minha mãe) por ter cometido o erro de escrever um texto mais longo do que qualquer pedaço de prosa que conseguiria ler de seguida. Hmmm, agora que me dedico ao pensamento, será talvez por isso que continuamos a ter obras longas demais: o ser humano é sempre capaz de se exceder na produção face ao que conseguiria assimilar no consumo. Então, como definir onde começa o consumo demasiado curto e termina a produção demasiado longa?

Foram o ovo e a galinha de hoje.

terça-feira, março 06, 2007

Happiness Ltd.

It's Hot Hot Heat's third LP and it is expected to be out in the stores (online, offline and under_the_line) very soon. Their mailing list is being used at the moment to inform us about the reasons that delayed the launch of this new album.

"We actually finished the record in June - it was mixed and mastered and ready to go - until we wrote a song called Let Me In... and decided that HAD to be on the record. And that opened up Pandora's box... we were writing all these new songs and the new direction of the album was unavoidable; we had to follow it out to see where it would go" - says Steve.

Now is the moment to find out if the maturing process is able to provide us with songs as good - and not only rhythmically - as Bandages and Get In Or Get Out.

And I dare to ask: Is music a promise of happiness?

segunda-feira, março 05, 2007

Primavera antecipada


A mais recente adição de peso ao cartaz do Primavera Sound que se aproxima são os Sonic Youth, jovens q.b. na forma como aplicam o ruído à sonoridade em palco. Mas não ficamos por aqui.

O cartaz é extenso, e nele estão incluídos os portugueses X-Wife, que já tocaram antes do outro lado da fronteira. De títulos irónicos, como Jesus, etc. ou I Want To Break Your Heart e melodias gulosas, os Wilco também vão cheirar a Primavera a Barcelona. Os Maxïmo Park regressam agora um pouco mais maduros. Entre os frutos a serem colhidos contam-se também os Durutti Column, Modest Mouse, Múm, The Good, the Bad and the Queen os Smashing Pumpkins ou os Rakes

sexta-feira, março 02, 2007

KiN Mode ON



"She Fell Into My Arms

Well I burnt all my travellers cheques
Just to show you my respect
Then I hung myself out to dry
But you looked at me and asked me why

So I said I don't mind if lose
'Cause if I win I'll be so confused
But that's not what you'd expect
From a man whose plan is already wrecked
And if you need to kiss me
Then you'll most definitely miss me
When I'm gone

Well there's a thousand things I shouldn't do
But if I do them I should do them with you
So won't you fall into my arms again
And hold me for the world may end

And if you need to kiss me
Then you'll most definitely miss me
When I'm gone

God, you make me sing
Funny things about you
You infect my mind
All the time, you do

I just can't contain myself
In fact I'm worried I may lose my health
I can't sleep, eat or hardly breathe
I can hardly ever watch you leave

And if you need to kiss me
Then you'll most definitely miss me
When I'm gone

God, you make me sing
Funny things about you
You infect my mind
All the time, you do"

by Ed Harcourt